Brasil Ride 2015: Começou!

Hoje o sol estava a pino ás 6 da matina e já sabíamos que o calor seria o maior adversário. Começou o prólogo já tinhamos combinado do Junin tomar a frente e botar o passo pra despachar logo a dupla que largou com a gente e entrarmos do 1 single track na frente, deu certo, de cara nesse 1º single passamos uma dupla, no asfalto o Junin acelerou como nunca e a partir dali eu fui no limite até a linha de chegada dando tudo que podia, mas o forte calor os trechos de areião (estavam compactos mas com o monte de bikes passando virou areia de praia mesmo fofa) me fizeram perder tempo em relação a minha meta que era fechar perto de 1:05 hrs , acabamos fazendo um 1:08, no 3º single o Junin conseguiu passar os retardatários (ele passa em qualquer lugar, meio do mato, etc. Muuuuito técnico impressionante nível de atleta internacional) e eu fiquei agarrado atrás de um cara que não abriu nem implorando, perdi tempo demais pois o cara não passava em nada e ele era mto grande não sobrava lugar pra eu passar, fazer oq né isso faz parte da prova também, tenho que melhorar isso, mas o balanço final foi excelente.
Welcome to vietnan, Didicão.
O despertador tocou era 4h da manhã, isso mesmo, a largada foi ás 6h, no dia anterior devido a adrenalina do prólogo e as muitas coisas que tínhamos que arrumar fomos dormir tarde ja era mais de 23h, mas vamos lá, deu a largada as 6 em ponto, tínhamos combinado de no deslocamento de 15 km de asfalto q o Junin seguiria minha roda e eu ditaria o ritmo, o ritmo do deslocamento estava frenético, mas consegui pular de pelote em pelote ate chegar no 1º pelotão, com isso perdi contato com Junin que me encontrou mais pra frente, a média estava altíssima com 37 km de prova estava em 33km/h a média, depois do km 40 colocamos nosso passo e fomos sem nos importar com os concorrentes, fomos fazendo o dever de casa, não perdemos nenhuma posição ninguém nos passou e fomos nessa tocada excelente ate o km 100, ai começou o Vietnã (ai começou a etapa) deixa eu contar sobre o Vietnã: é uma selva que parece um forno e vc pedala 20 metros desce coloca a bike nas costas (isso mesmo nas costas pois não tem como empurrar e se carregar no braço sai batendo no matagal e agarrando e mto pior), ai vc fica nessa situação durante quase 1h, e é uma subida super íngreme de 12 km essa praga, ao final desses 12 km vc desceu e subiu da bike umas 30 vezes!!! O psicológico é fundamental nesse tipo de prova, se vc se entregar pra dor ela te consome todo, e acaba te vencendo, não pode nem pensar na dor que vc sente, vc só pode abraçá-la e esperar que acabe, e siga em frente pois parar é a pior escolha, ao final do Vietnã meu parceiro fortissimo sentiu caimbras, mas ele colocou um passo bom mesmo com caimbra, porém depois do Vietnã essa etapa sobe demaaais é desumano os últimos 26 km é uma grande subida!!! Só aqui que tem isso!!! A essa altura as caimbras do Junin tinham piorado cada vez mais, nas 2 pernas, mas ele continuou bravo e guerreiro, as caimbras dele foram piorando na última subida e ele se superou de vez, meu parceiro recebeu o batismo, agora sim ele fez tudo que podia no mtb, correr essa etapa igual nós corremos é pra poucos, fomos praticamente sem parar nos apoios. A gente só chegava bebia água enchia o camelbak e metia o pé, foi show a satisfação de completar um desafio desses é uma coisa que não tem como descrever, fiquei mto satisfeito pois cheguei inteiro e melhorei todos meus tempos em relação aos anos anteriores, inclusive o tempo final da etapa que finalizamos com 8h40, foi ótimo tempo chegamos juntos com vários profissionais, eu aconselho todo ser humano a tentar se superar uma vez na vida, um aprendizado como esse que temos aqui vc leva pra vida toda, em tudo na sua vida, tente se superar, chegue no limite e fique nele, mas depois vá pra cima dele e veja o que acontece, isso aqui é BRASIL RIDE é mais do que o limite.
Didicão e JuninhoVou direto para o relato da quarta etapa, dizendo que fizemos uma etapa perfeita. O Junin estava totalmente recuperado e eu nunca cheguei nesta altura da competição em tão boa forma, por isso que eu digo que a vontade de se preparar tem que ser maior que a vontade de vencer. Começamos a etapa apertando o pé, pois sabíamos que viria um single track logo no início, pra mim isso é terrível pois meu motor a diesel demora uns 40 min pra começar a funcionar, sofri nesse início viu. Mas deu certo, entramos no single bem colocados e fomos na tocada até o dowhill kamikaze que são 10 km de descida no meio do mato MUITO técnico, o Junin estava deslizando no dowhill passando em tudo, eu fui cauteloso pois nos 2 anos passados eu caí ali, foi a tática certa, saímos do dowhill por volta do KM 60 e torcemos o cabo sem dó até o último apoio que seria no KM 75, pancadaria até lá a gente foi passando muuuita gente, depois do último apoio a última subida de 5 km, pessoal tava empurrando e alguns sentindo o calor que estava muito forte, mas nós conseguimos manter a concentração e continuamos forte até o final da serra, no alto ainda ligamos o turbo e aceleramos com força total até a linha de chegada e fechamos os 84,7km 2300mts de subida com 5h20. Foi show, foi épico! Não posso esquecer de contar sobre nosso entrosamento, mesmo com a diferenças técnicas entre a gente hj eu senti que formamos uma dupla perfeita, a gente comia junto, descansava junto, não precisava nem falar q o outro ja sabe o que fazer, foi demais só posso agradecer meu parceiro Junin, essa etapa vou guardar na lembrança pro resto da vida. Perfeita
Didição, espinhos na trilha.Depois da 4ª etapa, ganhamos 7 posições, foi mto bom. Bom mas vamos falar da etapa de hj, 94 km 1900 mts subidas, subia menos que ontem… mas… os primeiros 20 km foram na areia fofa, fofa mesmo de chegar um certo ponto onde vc esta roxo de tanto fazer força e a bike não sai do lugar, ai vc tem que empurrar a bike na reta. Mas eu e Junin largamos forte e estávamos torcendo o cabo, ficamos numa boa colocação ao final desse trecho massacrante de areia, ai começou as descidas em rock gardens enormes, e muito tempo descendo numa caatinga cheia de espinhos aquilo acabou com braços pernas lombar, não adianta nada descer na pedra vc não descansa, depois desse trecho de pedras por volta do km 40 furamos um pneu e trocamos tão rapido que conseguimos voltar em boa colocação, mas ai por volta do km 68 furou de novo, dessa vez perdemos muito tempo pois tinhamos saido do apoio a 3 km, 2 furos e sem camara tivemos que remendar a câmara de ar, naquele calorão nada segura o remendo, não funcionava direito. Putz, que tragedia! O último trecho que seria facil era um estradão bem grande e me lembro dele dos anos anteriores e foi tranquilo, dessa vez fez um calor tao forte que nós chegamos no apoio completamente desidratados, a cabeça parece que vai explodir dentro do capacete, chega a doer mesmo, depois desse último apoio uma serra de asfalto de 7 km pra coroar a etapa que seria fácil.
Brasil Ride, tem nada fácil aqui não.
 

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