Passarinho que dorme com morcego, acaba acordando de cabeça pra baixo, já dizia minha avó. Como uma pessoa que não sabia nadar e nem correr acaba fazendo 3 provas de Triathlon 70.3 em um mês e meio? É o que vou contar…
Sandra com atletas brasileiros no campeonato mundial de meia distância do Challenge na Eslováquia (arquivo pessoal)
Nunca fui apaixonada por atividades físicas, começava na academia e sempre parava dois ou três meses depois. Observei que a atividade física precisava se tornar um hábito em minha vida, queria qualidade de vida, e pra isso tinha que encontrar algo que gostasse de fazer. Decidi experimentar uma atividade ao ar livre, pedalar, isso sim eu gosto. Aos 40 anos comprei uma bike e fui dar voltas na cidade, sim, eu estava feliz. Dois anos depois queria mais, preciso perder o medo de água, vou aprender a nadar.
Decidi fazer a coisa certa, não queria me machucar, procurei a assessoria RSD Esportes, fui à academia, chegando lá vi que tinha um tal de triathon, por que não? Já pedalo, vou aprender a nadar, posso aprender a correr também. Assim fiz, e comecei os treinos, porém já cheguei falando: – Tô aqui só pra ganhar qualidade de vida, não tenho interesse em fazer provas. Mas como já dizia minha avó…
Treinava despretensiosa, só queria me divertir, todo dia uma novidade, mas quando se está no meio, não tem jeito, com a evolução e vendo os colegas felizes em competir, acabei entrando no mundo das provas de triathlon. Meu maior desafio era nadar no lago, com muita paciência fui vencendo o medo e resolvi estrear na minha primeira prova, Sesc Triathlon, na distância short (750m, 20k e 5k).
Sandra concluíndo o percurso da bike no Sesc Triathlon (arquivo pessoal)
Após a estréia, naturalmente, vem à cobrança, vamos pra distâncias maiores, vamos fazer um olímpico! (1500m, 40k e 10k). NÃO, ainda é cedo, tô aqui pra brincar. Dois anos brincando e resolvi encarar distâncias maiores, porque como já dizia minha avó…
Decidido que era hora de encarar desafios maiores, preparei bem o corpo com uma boa musculação e alimentação, agora a coisa estava ficando séria e nem pensar em uma lesão a essa altura do campeonato. Um passo de cada vez, tudo planejado, primeiro fazer uma travessia no lago e encarar uma meia maratona, executado com sucesso. Hora de fazer a inscrição pro 70.3, frio na barriga, mas antes é fazer uma prova olímpica, sabe como é, ter uma meta e depois dobrar a meta e assim vai dobrando as metas rsrs. Sucesso no olímpico, agora não tem mais como fugir, inscrição paga pro 70.3.
Sandra Ribeiro no seu primeiro 70.3 em Brasília/DF (Challenge Cerrado)
Prova bem escolhida, no quintal de casa, agora é treinar! Como se estuda para um concurso, eu decorei o percurso, não tem como dar errado, vou me divertir nessa prova e assim foi feito. Em nenhum momento passou pela minha cabeça aquela frase “o que estou fazendo aqui?” que muitos pensam no desespero. Fiz a prova sorrindo, realizada e só pensava em passar o pórtico na companhia do meu filho, sim a família estaria lá me esperando. E deu tudo certo, terceiro lugar na categoria e vaga pro Campeonato Mundial, em Samorin/Eslováquia.
Bola pra frente, mais desafios, duas semanas depois mais um 70.3 agendado, agora na Itália. Como assim? Oportunidade, não posso deixar passar, minha primeira prova fora do país e vou nadar no mar, frio na barriga novamente. Sabia que o resultado não seria os dos melhores, ainda estava cansada da prova anterior, mas não me importava, só queria me divertir. E assim foi, me peguei várias vezes sorrindo. Natação no mar, gostei é só seguir o fluxo, bora lá, pedal nas montanhas, sensacional! Paisagens de tirar o fôlego, corrida na beira mar. Experiência incrível!
Terceira prova, um Campeonato Mundial! Ual! Como assim? Vou estar no meio dos atletas de ponta, os quais acompanho nas redes sociais! O Triathlon é assim, um esporte de integração, une a família, atletas amadores e profissionais em uma única prova.
Como de costume fui bem tranquia pra prova, afinal estava ali para me divertir, não havia nenhum tipo de cobrança. Natação no Rio Danúbio, primeira vez nadando em um rio, não foi fácil, ida contra a correnteza e na volta a água estava muita agitada, demorei mais tempo que o previsto. Pedal em terreno plano, porém muito descampado, com muito vento, etapa vencida. A corrida foi a parte mais desafiadora, com vários tipos de terrenos: areia, grama, calçada, trilha, asfalto e mais um calor de quase 30 graus. Sem dúvidas, foi a prova mais difícil.
Sandra Ribeiro ao completar o campeonato mundial de meia distância do Challenge na Eslováquia (Challenge Family)
Consegui unir duas coisas as quais sou apaixonada: Viajar e praticar Triathlon. Fiz muitos amigos ao longo dos treinos e das viagens, quanto à qualidade de vida que eu buscava, com certeza eu encontrei. Nunca é tarde para começar, procure um profissional na área, siga as orientações e não terá como dá errado.
Por Sandra Cristina Ribeiro
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Mto bom!!! Parabéns, Sandra. Que venha o 140.6 \o/
Issaaaa!! boa Sandrinha!!!
Eita ferro…
Isso que é exemplo de superação….
Na vida pessoal e profissional .
Parabéns Sandra, estou muito orgulhosa de você 😀😀😀😀😀😀
COMO UM CONCORDE APRESSADO CHEIO DE FORÇA… é assim que eu te vejo.
Isso aí Sandrinha. Um exemplo lindo a ser seguido.
Parabéns, amiga!!! Sempre focada em atingir seus objetivos, que orgulho sinto por vc. Aproveite todos os momentos da sua vida sempre com essa alegria. Muito sucesso hoje e sempre!!!