A nona edição da Brasil Ride, principal stage race de mountain bike das Américas e uma das provas mais difíceis do gênero no mundo, aconteceu entre os dias 21 a 27 de outubro, no Extremo Sul da Bahia.
Prólogo Brasil Ride 2018 (Sportograf)
Competiram no evento cerca de 540 atletas de 22 países na ultramaratona e no último dia outros 1.500 participantes de quatro países e 20 estados, além do Distrito Federal, na Maratona dos Descobrimentos.
Durante sete dias de provas, enfrentamos cerca de 600 km e quase 11.000 m de altimetria acumulada, entre trilhas e estradas de terra que ligam Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro, a Vila Brasil Ride, construída em Guaratinga.
Esta edição foi atípica, etapas que eram rápidas e tranquilas ficaram lentas e travadas devido a lama, a chuva e ao frio, sim desta vez senti frio na Bahia. Claro que também teve muito calor, desgaste do equipamento e físico.
A lama castigou os participantes e as bikes na 9ª Edição da Brasil Ride (Sportograf)
A organização da prova teve que se desdobrar para ajustar a demanda da Vila Brasil Ride e o percurso na última hora diante das condições climáticas e do terreno. Mas foram muito ágeis e contornaram bem o problema.
Um dos grandes acertos dos organizadores este ano, foi separar o percurso da 7ª etapa com o da Maratona dos Descobrimentos. Assim a ultramaratona não foi prejudicada como nos anos anteriores, e o novo percurso, todo trabalhado no singletrack dentro da floresta, ficou sensacional.
Região de Guaratinga/BA (Sportograf)
O título foi para a dupla Henrique Avancini e Manuel Fumic. Entre as mulheres, as espanholas Sandra Santaynes e Anna Ramirez foram as mais rápidas. O desgaste acumulado nas etapas, às condições climáticas e acidentes, infelizmente tiram duplas favoritas da disputa, como ocorreu com Raiza Goulão, Jaqueline Mourão, Bart Brentjens e Sabrina Gobbo, que merece destaque por ter continuado andando forte para completar todas as etapas mesmo fora da disputa.
Nossa equipe felizmente andou bem e seguiu o planejado, ficamos em 16º entre os trios corporativos, sempre andando juntos, seguindo as regras da competição e o fair play, em um ano muito disputado com equipes de atletas profissionais. Destaque para a nossa dupla feminina, Camila Franciosi e Júlia Heide, que em algumas etapas ficaram entre as top 5 e no acumulado entre as 10 primeiras, também em uma edição com equipes femininas muito fortes.
Final de etapa no Arraial D’Ajuda/BA (Sportograf)
Pra mim a Brasil Ride sempre traz um aprendizado, e não só pela minha pesquisa na área de educação física, quando posso observar, sentir e aprender na prática as questões de biomecânica, corporeidade, fisiologia e psicologia, dentre outras. Mas como o esporte de endurance nos ajuda a ter uma visão diferente de mundo e mudar atitudes, a encarar e superar dificuldades, adaptar e buscar atingir melhores resultados em todas as áreas de nossas vidas. Além de ser um momento de intenso (re)encontro com a vivência esportiva e de amizades trilhadas em outras edições e outras ultramaratonas.
Relatos das edições anteriores
» Brasil Ride 2017: O Guarini
» Brasil Ride 2016: Eu adoro o cheiro de napalm pela manhã
» Brasil Ride 2015: Diário de Bordo
» Brasil Ride 2014: Mais do que uma competição uma etapa em minha vida
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