4° Etapa do Torneio Capital de Ciclismo foi cancelada após atletas serem agredidos por moradores do Guará II

A 4° Etapa do Torneio Capital de Ciclismo foi cancelada após agressões sofridas pelos ciclistas durante a prova. O evento, que existe desde 2012, estava marcado para acontecer no domingo (28/8), no Guará 2, DF.
4ª Etapa Torneio Capital Racing - Guará 2
Atletas fazem a volta olímpica após o cancelamento da prova – Foto: Divulgação / Torneio Capital de Ciclismo
O local foi escolhido após o sucesso da edição de 2015 da prova de ciclismo, quando a partir da ocasião, a avenida começou a ser fechada para o trânsito sempre ao final de cada mês. Assim, após um ano, a população do Guará teria a oportunidade de agradecer aos ciclistas pela conquista deste espaço urbano.
Mas ao invés de agradecimentos, um grupo de moradores agrediram os atletas jogando garrafas, latas cerveja e skates, exigindo prioridade no uso da via como sua área de lazer. A prova, que duraria cerca de 4 horas, estava em curso quando o grupo, incitado por um casal, começou a se opor ao evento com agressões verbais e físicas, colocando inclusive crianças na pista e pessoas deitando no chão para forçar um atropelamento.
Segundo um dos organizadores do evento e ciclista Alan Ricardo, todas as autorizações estavam em dia e a administração da cidade estava ciente e prestando apoio durante o evento. A organização informou ainda que utilizou apenas 70% da pista, e que teria ainda 500 metros livres para serem utilizados pelos moradores.
Apesar da divulgação e da área delimitada, do público e torcedores nas calçadas, das tendas de assessorias esportivas, carro de som, pórtico, batedores em motos e fiscais de prova, da presença de viaturas da Polícia e do DETRAN, dentre outros. Os agressores alegaram que o motivo da indignação foi por não saberem que aconteceria o evento naquele dia, reclamando por não perceberem que se tratava de uma competição e pela sua necessidade pessoal de utilizar a via como espaço recreativo naquele momento.

Nós esperávamos receber a população com agradecimentos, mas recebemos apenas ignorância e egoísmo absurdos” Alan Ricardo

Nem o efetivo da PM e do DETRAN foram capazes de controlar a insensatez e egoísmo do grupo, que não reconhecem a importância da conquista daquele espaço urbano devido a realização do evento esportivo, forçando os organizadores a encerrar a prova para evitar o conflito e garantir a segurança dos atletas e demais.
Apesar da decepção e perplexidade diante do ocorrido, se recordarmos, na mesma região que ocorreram as agressões aos atletas, também houve o assassinato de um ciclista em Dezembro de 2013, quando um motorista embriagado matou e tentou fugir carregando o corpo preso no para-brisas do carro. Após o terrível acontecimento, os moradores da região também forçaram a retirada da Ghost Bike colocada no local do crime após a solenidade que pedia por respeito e justiça.

O ciclismo é um agente de mudança na qualidade de vida das pessoas e do espaço urbano. A conquista por espaço de convivência através do esporte ocorreu na mesma avenida que o grupo de moradores em seguida reivindicou para si. Onde a vida de um jovem ciclista foi tirada, e na época também um grupo de moradores preferiu ocultar o símbolo da violência ocorrida naquele local. Em um ano de olimpíadas no Brasil, essa região central do Guará 2 deixa o seu triste legado.” Darley Cardoso

 

Saiba mais

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